Avatar de Desconhecido

Contador de estrelas

Escrevi e continuo escrevendo,

Muitas vezes, não mais no papel –

Nas nuvens e no céu –

Testemunhas das minhas andanças.

.

E eu que já fui criança –

E queria continuar sendo, confesso –

Me deparo com a rudeza da vida adulta,

Com a falta de esperança.

.

Aonde foram parar os sonhos

De um menino então risonho,

Que pensava que algodão doce

Era pedaço de nuvem?

.

Aonde foi parar o que eu nunca fui,

Mas que queria continuar sendo:

Um futuro farto de boas lembranças,

Um homem com o coração menos duro?

.

Valha-me, Deus, tudo é pranto!

Aonde foi parar o encanto

Do contador de histórias e de estrelas,

Que achava que viver era seguro?

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Ora (direis) ouvir estrelas! – por Olavo Bilac

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto …

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

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Sem igual

Você não pode nos derrubar
Porque eu estou aqui
Com a lua e as estrelas
Eu me elevei
Fui elevado por tudo que sinto

De onde olho
Não há mentiras
Não há truques
É tudo real e vivo
Eu vivo isso tudo…

Eu sinto

De vez em quando
Caem lágrimas
Mas é a chuva…
Você não a sente ou vê?
Sou só eu te amando

E os trovões
São só palavrões
Dores que se doem
Finjo que não sei
Daqui é tudo perfeito, lindo

Eu já desisti
De nos entender
De onde estou tudo é real
Tudo tão fiel, tão sem igual
Somos só eu e você.