Escrevi e continuo escrevendo,
Muitas vezes, não mais no papel –
Nas nuvens e no céu –
Testemunhas das minhas andanças.
.
E eu que já fui criança –
E queria continuar sendo, confesso –
Me deparo com a rudeza da vida adulta,
Com a falta de esperança.
.
Aonde foram parar os sonhos
De um menino então risonho,
Que pensava que algodão doce
Era pedaço de nuvem?
.
Aonde foi parar o que eu nunca fui,
Mas que queria continuar sendo:
Um futuro farto de boas lembranças,
Um homem com o coração menos duro?
.
Valha-me, Deus, tudo é pranto!
Aonde foi parar o encanto
Do contador de histórias e de estrelas,
Que achava que viver era seguro?


