Por pura vaidade, não reconhece a perda.
Luta batalhas que não fazem mais sentido.
Chama a atenção para as suas causas irrelevantes –
Todas elas –
Irrelevantes para o mundo; o mundo que não é só dele.
Distorce, trama, difama, manipula,
Pois não tem a coragem de se olhar no espelho.
E ali, bem no meio da poça de sangue
Que se formou dos cortes que fez a si mesmo,
Prosta-se feito criança que espera a saída do escola.
Quer rever seu pai, sua mãe.
Quer que eles lhe digam que vai ficar tudo bem.
Quer se rever criança e poder ser criança.
Mas isso não é mais possível: a criança precisa morrer.
O bebê que ainda é precisa desfraldar.
Precisa sepultar partes suas em definitivo para ser.
Precisa viver o luto que é crescer.


