Avatar de Desconhecido

Entradas (sem saídas)

Pode apagar a minha fotografia,

Mas eu estou dentro e entro em você

Dia após dia,

Nesta saudade que não silencia.

Avatar de Desconhecido

Conjugados

Há um poema
Entre tuas pernas
Que foi escrito
Com minha língua

Há um poema
Em tua face
Que foi escrito
Com tua caligrafia

Há partes que não cabem
Há partes que não entram
Cheiros e gostos rimados
Por fora e por dentro

Nestes saraus devassos
Nossa história escrevemos
Lirismo que não se cala
Que ou grita ou está gemendo.

Avatar de Desconhecido

Que beijo!

Não me esqueci do nosso último beijo.
Não me esqueci dos nossos beijos.
Não me esqueci de você.

Procuro-o e não o acho
Em outras bocas que sentem
Que não sei o que estou fazendo ali.

Não era a mecânica:
Era a foda no beijo
Ou o beijo que virava foda
Não sei…
Acho que ninguém sabe.

Só sei que toda vez que penso em beijo –
Nos meus sonhos eu ainda te beijo –
Na minha boca só cabe você.

Avatar de Desconhecido

Questão de sobrevivência

Nossas taças de vinho
No frio do inverno,
Nossos corpos nus queimando
Feito mil sóis no verão.

O beijo na boca,
A prisão entre as coxas,
O ritmado ir e vir,
O descompassar do coração.

Lençóis ensopados,
Desejos e impropérios,
Lascívia escancarada,
Peças de roupa pelo chão.

A tontura repetida do gozo,
A entrega sem mistérios,
A respiração ofegante,
Nossos fluidos em ebulição.

Se foi esse o dia mais frio do inverno,
Me diga,
Como sobreviveremos ao verão?

Avatar de Desconhecido

P.S. 15

Não é só a tua boca que sorri quando eu chego.

Avatar de Desconhecido

Atormenta

Repousa teus lábios nos lábios meus

E me deixa ver teu infinito.

Mostra os mares que são só teus

E as profundezas que eu agito.

Confessa os desejos que não são só meus

E admita que são infinitos.

Recebe teus mares com os mares meus:

Cala a minha boca, sente meus gritos.

Avatar de Desconhecido

O invasor

Talvez seja melhor calar-te
Com um pedaço de mim

Ocupa-te

Há trabalhos a fazer
E não aceito
Mal feitos

O pagamento?
Quentes rios:

Invado-te
Conquisto-te
Domino-te
Ocupo-te.

Avatar de Desconhecido

Teus canais

Nunca me encalhei nos teus canais

Apesar deles serem rasos e apertados

Por demais.

Avatar de Desconhecido

Sorria!

Adoro ver esse sorriso
Em todos os teus lábios.

Avatar de Desconhecido

Boa mesa

Tínhamos essa mania louca
De olhar um para o outro
Em lados opostos da mesa
E nos confundir com comida

Poderíamos até culpar o vinho
Mas tornou-se um hábito
Ver a mesa posta
As vontades expostas
E a comida quase intocada, fria

A fome?
Saciada, todavia.