Avatar de Desconhecido

Ponto de exclamação

Ainda estou aqui

A te esperar

No nosso lugar

Na nossa casa

No nosso chão.

.

Não mudei nada de lugar

Ainda estou aqui

A te esperar

No mesmo ponto

Na mesma estação.

.

A saudade é calvário

Mas teu amor é corolário

Da minha existência

E sim, há paciência

Assim como há sofreguidão.

.

Segura na minha mão

Porque quero e preciso

Dos teus abraços e beijos

Do cheiro da tua nuca

Das batidas do teu coração.

.

Ainda estou aqui

A te esperar

Porque é teu este meu lugar

E chego a salivar

Com este amor que é tudo

(ponto de exclamação!)

Avatar de Desconhecido

Molheira

Eu estou em casa,

Sentado à mesa,

Esperando você chegar.

As taças, o saca-rolhas,

Aquele vinho que você gosta,

Milhares de risadas,

Queijo parmesão.

Eu estou em casa,

Sentado à mesa,

Meu coração em uma baixela,

Meu sangue na molheira –

Vivo –

Borbulhando.

Avatar de Desconhecido

Estrela (2)

Como uma estrela

A me iluminar

Que mesmo depois de morta

Continua a brilhar

Como uma estrela

Que viveu para me guiar

E eu sigo esperando

Você ressuscitar.

Avatar de Desconhecido

6 – Preguiça

Já fui do céu

Ao inferno

E do inferno

Ao céu

Muitas e muitas vezes

Sempre dei tudo de mim

 

Sempre tive aquela sensação

De que devia e precisava fazer mais

De que precisava ir atrás

Chegava até a esquecer de mim

 

E eu amava…

E como amava!

 

De dia ou de noite

Ao fim de tarde

E eu tentava fazer tudo perfeito

Tudo direito

Simples assim:

Só para nos ver sorrir

 

Eu lutava…

E como eu lutava!

 

Superava obstáculos

De toda e qualquer natureza

Eu queria a verdade

Pela nossa cumplicidade

Pela nossa reciprocidade

Eu lutava por nós

Por você e por mim

 

Até o dia que me percebi um Don Quixote

E aí eu tive preguiça, sim

Talvez eu esteja só cansado

Mas por via das dúvidas

Vou esperar sentado.

792-esperar-nao-e-perder-tempo--A-Frase--

1 – Gula

2 – Avareza

3 – Luxúria

4 – Ira

5 – Inveja

6 – Preguiça

7 – Orgulho

Avatar de Desconhecido

Ampulhetando

Em silêncio eu espero

Em silêncio, eu espero

E espero na espera

Esperando esperança

No silêncio que impropera

 

O tempo rasga

O tempo dói

O tempo não cura

Pelo contrário!

Vira do avesso

Eviscera as factíveis

E inesquecíveis lembranças

Do que só tem começo

 

Ele faz esquecer

Faz esquecer de esquecer

Relembra com intensidade

Cada vez mais tenaz e forte

É legião – e não centúria ou coorte! –

É esforço pra lá de inútil

É desperdício de momentos

É jurar o amor de morte

E assustar-se com sua vingança

Ferindo-nos com um certeiro bote

Do qual não se escapa

Quer seja por prudência ou pura sorte

 

Mas sei que devo entender –

E ainda assim não entendo! –

Na nossa dor somos vivos

E está por deveras doendo

Mesmo que não saibamos

O futuro acabará sendo

Um desesperado recuperar

De horas……………………

De minutos………………………..

De segundos……………………………….

Que prudentemente ou não

Acabamos perdendo

 

Que eu esteja errado, então…

Que o vento espalhe

As areias do tempo

E que algum dia

Possamos chamar

Esse aparente – e convincente! –

Desperdício

De um grande investimento

Que não deixou resquícios

E que só criou para o futuro

Uma miríade de melhores momentos

Ainda que, por ora

Nem isso sirva de alento

Só duro e cruel sofrimento.

sands-of-time