Não sou um poeta;
Sou um necessitado por poesias.
E como nem sempre as encontro
No sabor que eu quero,
Acabo por escrever algumas linhas –
Mesquinhas –
Mas minhas.

Não sou um poeta;
Sou um necessitado por poesias.
E como nem sempre as encontro
No sabor que eu quero,
Acabo por escrever algumas linhas –
Mesquinhas –
Mas minhas.

Há coisas que são só para os olhos
E há aquelas coisas
Que ousam –
Que pousam! –
No ventre,
No útero,
No nascer,
No adeus,
Em Deus,
Há coisas –
E de todas essas coisas –
Há o grito,
Calmo ou aflito,
Onde te penumbro,
E nunca te ofusco.
Há luz,
Há verdade,
Há claridade
Na cerca que não cerca,
No abraço que não prende,
Na doença que não e moléstia,
Na ausência que é presença
Farta e certa.
E tudo
No momento certo,
Quer seja no coração que sangra,
Ou no que o orgulho lacra –
Aberto! –
Renasce por suas próprias forças,
Posto que o amor
Ressurge e urge
No presente fingido,
Cujo futuro –
Decerto –
É comunhão,
Entrega,
Vida,
Sublime abnegação,
Água no deserto.

Lembra de como era no início?
Eu escrevia uma poesia
Você imediatamente lia
Imediatamente aparecia
Sorria
Agradecia
Ficava lindo o nosso dia!
Depois, virou rotina
Muito embora mais ricas as poesias
Mas nem sei se as lia!
Sequer aparecia!
Não sei se sorria
Agradecer, não agradecia
Ficava nublado o meu dia.
Mas você não vai me mudar
EU SOU ASSIM!
Eu sou poesia
Eu amo por amar
Escrevo por necessidade
Não por vontade
Quer seja por presença
Ou saudade!
Que nós tenhamos um lindo dia!
E que nossos corações se aqueçam
Quer seja com café
Ou com poesia.

Que seja doce encanto
Nunca
Motivo para pranto
E se for
Chegou a hora
Que vá-se embora
Se momentos felizes
Forem a exceção
Esbaldar-se na tristeza
É negar a real necessidade
De dizer um derradeiro
Um definitivo
Um disruptivo
Não.
