Fui ali me encontrar:
Volto já ou nunca mais.
Tanto faz se de mim sentirão falta.
A falta que sinto de mim mesmo nunca me faltará.

Eu nem sei o motivo,
Muito menos a razão,
Das coisas do coração.
Mas estou vivo,
E por isso deve haver sentido
Tanto no sim como no não.
Mas e toda esta multidão,
Que pula de galho em galho,
Tal como se não houvesse chão?
Disso, não sei, não.
Eu nem sei o motivo,
Muito menos a razão,
Mas confio no meu coração,
E é esta crença que me mantém vivo.

Se eu pudesse dar um conselho para minha filha quando ela era criança (hoje ela tem 15 anos), eu diria o seguinte:
Você não precisa dos meus conselhos. Eu é que preciso de tudo que você trouxe para a minha vida.
Obrigado, Sophia. Eu te amo! Eu aprendi mais com você do que jamais aprendi em toda a minha vida. Ser o homem que eu sou hoje em dia passou pelas tuas lições. Você nasceu e depois disso eu aprendi a ser o que eu sou.
Muito, muito obrigado. De novo. Eu te amo. Você não é só a minha filha. Você é a minha redentora. Obrigado, meu santo e sacro Deus, por tudo isso. Zerei a vida. Nada mais me falta. Eu estou vivo. Você, minha filha, é a melhor e mais absoluta e perfeita parte de mim.
Também eu sei falar de coisas tristes,
De tudo de ruim que me aconteceu,
Das dores que me perseguiram inclementes,
Das saudades absurdas que me gelaram o peito,
Das vozes que, delirante, fingi que ouvi,
Das noites em claro e da sensação de quase morte,
Dos fins de tarde que pareciam o fim do mundo,
Do Apocalipse que comia e regurgitava minhas vísceras.
Ninguém por perto.
Medo diserto.
Respirar funesto.
Desenredo decerto.
Até que me dei conta
De que nunca me eximi,
Ou mesmo tentei fugir,
Das catástrofes que a mim –
E em mim –
Cabiam:
Tentar esquecer
Era, pois, a forma mais dissimulada
De me lembrar,
Todo santo dia,
De tudo que ainda me habitava
E de tudo que já me foi tudo um dia.

A vida muda quando a gente deixa de conversar com Deus somente quando está com problemas.

Fascinam-me os pássaros,
Flutuando ao lado da ponte
Sem precisar bater suas asas
À mercê da magia do vento.
Fascina-me a ponte
Que serve de refúgio aos pássaros
Imponente diante da paisagem
À mercê da magia do tempo.
Fascino-me eu comigo,
Diante dos pássaros e da ponte
Diante do vitrificado horizonte
À mercê de Deus adiante eu sigo.

Ansiedade é o cérebro dizendo que você pode se foder.
Angústia é o coração dizendo que você se fodeu.

Sabe o que é…
É que o céu está azul…
E daí?
E daí, nada…
É que
Por você
Tudo é
De alguma forma
Motivo.

Áspera
À espera
A vida
Quem me dera
Ter-te aqui
Agora
Afinal
Seja como for
Sempre antes
Nunca depois.

Muito cuidado:
Eles mentem!
Disseram as mentes
Dos reticentes
Dos incrédulos
Dos prepotentes
Dos incoerentes
Dos inexistentes
Dos que não vivem
Muito cuidado:
Ele mentem!
Certeza de que nunca serão felizes
Vejam todas essas cicatrizes
Vejam os rastros de sangue!
Alto lá – disse o poeta!
A vida é de fato incerta
Entre portas e janelas
Fechadas e abertas
Corações não mentem:
Sem nenhum cuidado
Batem acelerados
E apenas sentem!