O vento
Que lambe tua face
Sussurra em teus ouvidos
Palavras malditas
Que tu querias engolir.
.
Tua garganta seca
Tua mão molha
E em sentido anti-horário
Avançam do alto de Vênus
Os dedilhados do teu tormento.
.
Agita a tua batuta
Orquestra o teu ritmo –
Crescendo, crescendo! –
Enquanto teu rubor prepara
Um apoteótico encerramento.
.
Palavras malditas
Repetidas, sentidas
Não é o vento culpado
São teus ouvidos apurados
Revivendo mil momentos.








